A insegurança da razão e a Certeza que Vem da Fé
Dr. Mauro Teixeira
7/7/20252 min read


A insegurança da razão e a Certeza que Vem da Fé.
“Senhor, será que esse é realmente o meu chamado?”
Essa pergunta já passou pela alma de muitos que, diante de uma possível vocação, se veem mergulhados em dúvidas. Quando sentimos que uma direção se insinua em nosso coração — uma entrega, uma missão, uma jornada espiritual — é natural desejarmos ter certeza. Buscamos saber se esse chamado vem, de fato, do Santo Espírito de Deus, ou se é apenas um reflexo das nossas próprias vontades, desejos ou capacidades.
Na ânsia de validar o chamado, recorremos à razão. Medimos, avaliamos, calculamos. Tentamos interpretar os sinais, decifrar os caminhos, organizar os elementos do projeto de vida que se apresenta. No entanto, quando clamamos a Deus por respostas, muitas vezes elas nos chegam como imagens em um espelho embaçado — confusas, difusas, irreconhecíveis. Como disse o apóstolo Paulo: “Agora, vemos como em espelho, obscuramente…” (1Co 13:12). A clareza total não nos é dada.
E a pergunta inevitável ecoa: por que não conseguimos definir com exatidão as coisas que dizem respeito ao Reino de Deus? Por que a certeza não nos é oferecida em termos racionais, lógicos, seguros?
A resposta, sutil e profunda, me visitou como um sussurro do Espírito. Quando o “eu” encontra razões sólidas para justificar um chamado, essa certeza se transforma numa conquista do ego. A vocação se torna um projeto pessoal, uma obra de minha própria potência. A razão se apropria daquilo que deveria ser dom. E nesse movimento, aquilo que era para ser expressão da graça torna-se afirmação de si.
Mas a fé nos leva a um outro lugar — um lugar onde a razão não alcança. Quando sou impelido a caminhar em meio à incerteza, a me lançar ao invisível, a confiar sem possuir, então sou despojado da ilusão de controle. E é nesse esvaziamento que Deus age. A vitória, se vier, virá d’Ele. A confirmação, se chegar, será d’Ele. Os frutos, se brotarem, serão dádivas d’Ele. A certeza, nesse cenário, não brota da lógica, mas da confiança. Uma confiança que é dom, que é abandono, que é fé.
Por isso, viver pela fé é tão exigente. A fé nos obriga a aceitar a possibilidade do erro, do fracasso, da vulnerabilidade. Nos tira da posição de quem realiza e nos coloca na condição de quem confia. Ela expõe nossa fragilidade, mas abre espaço para que Deus seja nossa força.
É nesse paradoxo que Paulo declara com convicção: “Quando estou fraco, então é que sou forte” (2Co 12:10). Forte, não em si mesmo, mas em Cristo. Forte porque a força que o sustenta já não é dele, mas do Deus que opera no invisível. A certeza não está mais no domínio da razão, mas no coração de Deus.
Viver pela fé é, portanto, negar-se a si mesmo — inclusive ao desejo de controlar, entender e garantir — para que nenhuma glória reste ao homem. E é nessa entrega humilde que a alma repousa. Pois a verdadeira certeza não habita em nós, mas naquele que nos chamou.
Dr. Mauro Teixeira
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